Eu sou metade de um inteiro que não se importa mais pelo que falta!
Desde que se foi, mesmo não estando presente na minha vida nos últimos meses, o meu sono se perdeu em meio a tantas lembranças suas. Ao rir lembro do teu riso, que me deixa sem vontade de rir porque as coisas perderam a graça, sem a sua. Ao falar coisas parecidas com as que você falava, me trava a garganta, só soava bem quando saía de você. Cada detalhe dentro de tudo que os instantes me proporcionam, o melhor de te-las é poder pensar em você e no mesmo momento é pior porque você não vive mais aqui.
Quando a chuva vem e as noites são de tempestades, a tua ternura me vem porque a água que cai agora é idêntica a que caía quando eu te conheci e o cheiro da chuva é o melhor cheiro que eu consegui ter e guardar de você.
Na imensidão de vida que me parece chegar, eu tento aproveitar e amar o mundo como também amei, um dia, quando te conheci e achei que tivesse encontrado o apanhador de restos meus que ficaram por aí, e sim, reconstruir o que há de melhor em mim, que descobri, com o tempo que o melhor de mim não estava, realmente, em mim, e sim em você.
Ouvi falar em algum lugar que todo instante é aqui e todo momento é agora, não?! Acho que foi isso mesmo. Então, se todo momento é agora, agora você não está mais aqui e aqui também não está a metade do meu coração, que suspeito ter ido com você, no dia que voou para longe de mim e para perto do maior amor. Mesmo com todos os motivos para não, eu tenho sim motivos meus, próprios e secretos para agradecer o que me ensinou com todo o desamor, apesar de em troca eu ter dado, sem pena nem dó, todo o meu amor.
Com o pedaço que restou, tento eu, andando por essas ruas vagas desta cidade cheia de desamor, procurando encontrar algo que tenha sentido em passar o tempo ou, quem sabe, passar o resto do meu tempo, e assim, me mostrar o que eu nunca conheci.

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