Prisões que escolhemos (?)
Que toda escolha requer uma consequência, isto sabemos. Mas será que escolhemos, realmente, qual prisão nos prende menos (se é que isso existe)? Nossas escolhas nos ajudam para onde devemos ir e com quem ir. Muitas vezes, não “estudamos” o caso, nosso caso, antes de aceitar que qualquer pessoa venha e se infiltre em nossa vida, sem permissão, em busca de ter o nosso melhor, e, sem explicações, achar que merece essa vaga tão importante no nosso coração.
Vi em algum lugar uma frase como “A vida é uma viagem e a mala dos outros não te cabe”, sim, muita verdade para poucas palavras, coração não é simples, não é resto para alguém achar que merece tê-lo, sem ao menos conquista-lo, não acha? Quando nos sentimos sós e achamos alguém disposto a nos fazer mudar ou vem disposto a nos fazer completos, tudo bem. Mas quando não, quando simplesmente chega, senta, manda trazer café e nem pede permissão? Talvez este seja meu medo em relação a novas pessoas, no final, depois do “café”, vão embora sem medo e nem um pingo de apreço.
Somos livres, apesar das prisões e esses amontoados de escolhas. Dane-se quem se sente na obrigação de dizer “eu te amo” toda hora, eu falo quando sinto necessidade, quando sai de mim sem eu querer, isto sim pode ser chamado de amor. Não sou obrigada a amar ninguém e nem me responsabilizo pelas decepções que a tal pessoa venha a ter. Sério, olhe para você, é livre. Tá achando que eu te comprei e tenho teu manual de instruções? Me aceite como eu sou, volte da porta e pergunte se permito que tu entre como passageiro em minha vida, depois, com o tempo, o que é natural se abrirá, ou não. Manda para longe as pessoas que te “amam” com a certeza de que você obedecerá abundantemente as expectativas, pois são essas mesmas pessoas que lhe deixarão na mão quando não a agradar ou, simplesmente, errar, meu caro, a “adoração” se transformará em ódio canino, vulcânico e essas loucuras todas.
Valor de verdade, devemos a quem nos perdoa com nossos erros e nos ama ainda mais com nossos acertos, ninguém pode controlar sua “linha reta”, somos humanos, eternos aprendizes. Perdoe, sempre e mais os que estão com você, e estes são pouquíssimos. Abra os olhos e perceba quantos ratos roedores e sugadores de felicidade lhe rodeiam, sim, são inúmeros, todos esperando maravilhas de você. Expectativas não são domesticáveis, eu ainda estou em fase de entendimento quanto a isso, mas que não se pode criar facilmente, isto é inegável. Levanta dessa tua tal obrigação, manda embora a agonia, descansa a alma e aceita ser imperfeito. Voa!

Comentários
Postar um comentário