Se não foi, o jeito é não ser!

“E eu sonhava com você direitinho, idealizava cada detalhe e sonhava em trazer meu sonho mais bonito para uma realidade, a minha realidade. Esta que estava planejada de cabo a rabo para o seu melhor, para nós. Nós que não chegamos a ser nem metade dos meus planos reais, dentro do meu todo e mais sincero eu.

E durante noites, muitas e tantas noites, imaginava cada detalhe seu, como seriam nossos filhos, nossos domingos, manias, os gestos, os beijos e o modo como acordávamos felizes em ter um ao outro. Sim, eu “construí” o meu futuro que o cabia, que era seu. E como era incrível, você parecia tão detalhadamente com tudo.

Na realidade, então, eu buscava em todo resto seu, me mostrar, aqui ou ali. Mostrar para você o quanto eu era um pedaço, fora de você, que estava, enfim, ali, o resto da vida para você.

Pensamentos tortos, revistas, conselhos, até de quem não tinha noção de nada, sim, eu aceitava. Aceitava porque não aguentava passar muito tempo conversando com alguém e não pudesse ocupar esse tempo falando de ti, do seu jeito tão único, aquele tipo de pessoa que vale à pena conhecer, mas eu, eu queria mesmo era leva-lo comigo ou ir contigo, do jeito que fosse, certo ou errado, só você e eu, juntinhos, sem caber de imaginar.”

Hoje eu sei, não importa qual seja o começo, o que importa é que comece. E, não começou, de nenhum jeito ou forma para nós. Mesmo assim, dentro do meu incurável coração sempre haverá o rosto e todos os olhares perdidos, que eu pude encontrar seu, no meio de toda aquela multidão que nos cercavam, eu de medo e amor, e você, ah, você eu não sei, mas ainda bem que um dia você soube de mim, de você em mim, o que causou. A paz de ouvir em paz os pássaros, por saber que você já passou por aqui e tudo agora é como antes de te conhecer, só que dentro de mim, haverá para sempre um pouco de você, que eu sonhei: Meu sonho mais bonito, amor que ficou, saudade.