Ela olhava o mundo e não conseguia enxergar, em meio aos 7 bilhões de pessoas andando incessantemente, onde ele estava. 
Ele estava? 
Bem, ela se questionava todos os dias. Havia parado de sonhar há algum tempo, não sabia se existia ou como seria. 
Tentativas. 
O mundo dela nevava e ela se sentia como naquelas bolas de nevoas que sempre ganhava no natal.
O amor talvez exista, ela vê nos olhos de algumas pessoas, mas não o sente perto. Como se fosse impossível de tocá-la. Uma vez foi o seu sonho, mas agora é tão distante que ela não consegue enxergar com exatidão. Sente vontade de voar como uma borboleta a observar os amores acesos pelas praças. As vezes o coração parece estar também aconchegado, mas no fundo espera que alguém a diga como é sentir e se é real, como um dia foi.
Olhava para o céu frio com os olhos brilhosos, sem saber o sentido de sentir, mesmo querendo. 
Será que ele existe? Ela ainda se perguntava. Será que ele iria vir? Quem seria?
O amor é para os que sonham e fazem acontecer. Ela não sabia, também, como poderia fazê-lo acontecer. Mas algo em seu íntimo dizia que aconteceria, apesar de não imaginar sua sombra, ela imaginava seus olhos brilhando como se fossem estrelas ao encontrar os dele. O amor caminhava, em algum sentido, como os 7 bilhões de passos incessantes, para um dia chegar ao encontro dela. Como chega em alguma porta todos os dias.

Comentários